As respostas das crianças, os processos de alienação e o comportamento dos pais durante o processo de separação se veem, influenciadas por suas próprias forças e fraquezas a nível emocional, temperamental e cognitivo. Além disso, também serão determinadas pelo momento evolutivo em que se encontrem os filhos, as experiências anteriores e as possibilidades que lhes ofereça o ambiente.
Para que venha a ocorrer o processo de alienação, tal como definido na categorização da síndrome, é necessário que a criança possua um determinado nível de maturidade emocional e cognitiva. Dado que as expressões de danos morais e juízos são comuns nos chamados filhos alienados, o jovem deve ter atingido um estádio evolutivo em que estas classificações morais sejam possíveis. Por este motivo, não é comum ver casos de crianças cuja alinhamento com o progenitor tenha ocorrido antes dos 7 ou 8 anos de idade, já que as crianças mais pequenas, muitas vezes tendem a prestar menos atenção, esquecer ou ter mais dificuldade para entender o ouvido, deixam passar sua raiva ou têm maior inconsistência nas representações.
Quais são os fatores de risco?
Entre os possíveis fatores de risco de desenvolver sintomas de alienação ou rejeição de um dos progenitores se destacaram os casos em que existem dificuldades de apego, ou ansiedade intensa de separação. Também há maior risco em adolescentes com menores competências de regulação emocional ou com dificuldades de adaptação.
As crianças e adolescentes mais ansiosos, temerosos ou passivos geralmente possuem menos recursos para lidar com o conflito e as pressões associadas à custódia, assim como também para se defender das tentativas de manipulação por parte de um progenitor, pelo que, algumas vezes, podem optar por escolher um lado concreto e evitar a ansiedade associada ao conflito.
Além disso, as crianças com dificuldades (sejam elas emocionais, acadêmicas ou comportamentais) têm maiores chances de sentir-se responsáveis pela separação. Da mesma forma, os filhos mais imaturos ou com limitações cognitivas, o pensamento mais concreto (do tipo branco-preto) e menores competências de análise ou de resolução de problemas.